O Brasil está a bloquear a participação de engenheiros portugueses em
obras destinadas aos jogos Olímpicos e ao Mundial do Futebol, numa
altura em que se promove a internacionalização de Portugal, denunciou a
Ordem dos Engenheiros.
«Lamento e preocupa-me que sejam aspectos de
natureza puramente burocrática que condicionam ou atrasam a ida de
engenheiros para um país carente de engenharia», disse o bastonário da
Ordem dos Engenheiros, Carlos Matias Ramos, em entrevista à Lusa.
O
Brasil, um país em expansão económica, que vai receber o Mundial de
futebol em 2014 e os Jogos Olímpicos em 2016, precisa neste momento de
cerca de 100 mil engenheiros para concretizar estas novas obras, uma
oportunidade para os portugueses que têm vantagens culturais e
históricas em relação a outras nacionalidades.
Contrariando o
princípio da reciprocidade entre os países, a lei brasileira impõe o
reconhecimento dos diplomas portugueses pelas universidades do Brasil e
estas, segundo o bastonário, chegam a estar um ano sem sequer responder
aos pedidos dos engenheiros portugueses.
«A Ordem já fez todos os
esforços, contactando todas as entidades que podem resolver este
problema, desde o envio de memorandos ao Primeiro-ministro, ao ministro
dos Negócios Estrangeiros, ao secretário de Estado do Ensino, ao
Conselho de Reitores, ao Instituto Camões», enumerou, precisando que
pelo menos desde Janeiro que tenta resolver a situação.
Para
Carlos Matias Ramos, este bloqueio «é um problema de natureza política
muito forte» que agora só poderá ser resolvido através da diplomacia dos
dois países, e lembrou que a Ordem dos Engenheiros reconhece os
diplomas de engenheiros brasileiros em cerca de 20 dias.
«O que me
preocupa é o momento actual. Eu não quero a emigração. Estamos a formar
engenheiros para desenvolverem o nosso país, e por isso não queremos
que emigrem, mas precisamos que se internacionalizem», concluiu.
Fonte: Lusa/SOL
http://sol.sapo.pt/inicio/Internacional/Interior.aspx?content_id=30790
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